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Meditação nas escolas – é sério que dá para fazer?

Veja aqui um guia para iniciar uma prática pessoal de meditação e como levá-la a seus alunos

A Inglaterra acaba de incluir mais uma disciplina na grade curricular de suas escolas: mindfulness. Embora venha sendo usado em inglês pela mídia e especialistas, o termo pode ainda não ser familiar para muitos brasileiros. Mindfulness é a potencialidade humana que todos nós temos de estarmos mais presentes, inteiros e conscientes do que nos acontece, tanto externa quanto internamente. Ao tomarmos consciência de situações e acontecimentos que podem nos impactar e também daquilo que sentimos (emoções, sentimentos e pensamentos), podemos tomar as rédeas para decidir como responder, com mais sabedoria, a cada situação que se apresente e a cada pensamento que surja na mente.

Estar mais presente, atento e consciente é uma habilidade que pode ser treinada, fortalecida. Há milênios, contemplativos de várias tradições religiosas e filosóficas vêm, geração após geração, valendo-se da meditação como caminho para, dentre outras coisas, aumentar a capacidade de foco, lidar com as emoções de maneira saudável e cultivar um mundo interno mais tranquilo.

A recente descoberta da neuroplasticidade, que é a capacidade do sistema nervoso de modificar sua estrutura em resposta aos estímulos que recebe, deu o respaldo científico que faltava para que a prática fosse adotada mais amplamente no ocidente. As evidências produzidas por estudos de mapeamento cerebral usando ressonância magnética somadas às pesquisas quantitativas fizeram com que a meditação começasse a ganhar novos espaços, sendo adotada no ambiente clínico e médico, militar, empresarial e, nas últimas duas décadas, educacional também.

Os efeitos da meditação em crianças e adolescentes também estão sendo pesquisados, com resultados ainda preliminares, mas bastante encorajadores. Um estudo realizado em 2012 com 780 alunos e 47 professores em Oakland, na Califórnia, comparou grupos de alunos que praticaram mindfulness com estudantes que não praticaram. Os resultados mostram melhoras nos grupos que meditaram em atenção, controle emocional, participação e respeito.

Além disso, os professores notaram mudanças expressivas em seus alunos:

83% percebem aumento da capacidade de foco,

89% notam melhor equilíbrio emocional,

76% reportam mais compaixão nas atitudes,

79% vem melhoria na participação dos alunos.

Depois deste, muitos outros estudos vieram, com resultados semelhantes. Ainda que haja evidências de sobra a respeito de sua valia, fica a pergunta: mas dá mesmo para meditar em sala de aula? Em outras palavras: é realista esperar que os alunos se envolvam com uma atividade mais estática e introspectiva?

Eu tinha todas estas dúvidas.  Mesmo depois de praticar a meditação em casa com meus filhos e constatar, de perto, os efeitos positivos em crianças, uma questão rondava minha mente: mas em sala de aula, seria viável? Eu sei, nos EUA, onde mindfulness é mais difundido, que eles têm programas em escolas. Mas e aqui no Brasil? Seria factível? Haveria espaço nos colégios para uma prática como essa? E mais importante ainda: os alunos se interessariam?

Foi com essa curiosidade que comecei, anos atrás, a levar a escolas e centros comunitários o programa de mindfulness para crianças e adolescentes, baseado nos meus estudos na Mindful Schools/EUA e da Inner Kids Foundation.

Hoje, com grande alegria posso afirmar sem sombra de dúvida: sim, os alunos se interessam! Nas escolas nas quais ensino o programa, mais de 90% dos alunos afirmam ter gostado das aulas de mindfulness e 95% diz que a prática os ajudou vários aspectos.

Claro que para obter resultados como estes, temos que, primeiramente, nos preparar, criar, aos poucos,  intimidade com a meditação. Quanto mais a meditação fizer sentido para nós educadores, mais vai fazer sentido para nossos alunos. Eu acredito que nós ensinamos quem somos, e isso é particularmente verdade quando se trata da meditação. A maior aula de mindfulness nós damos através do exemplo, sendo educadores mais inteiros, presentes, atentos, atenciosos, amorosos. São todas qualidades mais fáceis de dizer do que de fazer, mas a prática contemplativa é um grande suporte para fazer florescer em nós essas qualidades.

Uma vez tendo estabelecido uma prática pessoal de meditação, passamos para a etapa seguinte: como levar atividades de atenção plena para nossos estudantes em sala de aula? Susan Kaiser Greenland, uma das pioneiras da prática com crianças, afirma que a meditação com crianças deve ser simples, breve e divertida. Atividades curtas com instruções simples e componente lúdico são a chave do sucesso com os pequenos. Para os maiores, o divertido dá lugar ao interessante, instigante, sempre relacionando o conteúdo e práticas com situações da vida deles.

Ficou curioso? A MindKids dá cursos e workshops de “Meditação para Sala de Aula” e preparou um guia gratuito com um passo a passo para você cultivar uma prática pessoal de meditação e sugestões de atividades para sala de aula, clique aqui para baixar.


 [R1]www.mindfulschools.org

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